Por Sankey Gabriel
A pior experiência da vida é a fome! Sem energia o corpo não funciona como devido e, infelizmente, essa energia vem da alimentação. “Infelizmente” para os mais de 21 milhões de brasileiros que estavam em insegurança alimentar grave em 2022, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Nem todos enxergam as dificuldades e necessidades que os pobres passam, ou pelo menos não querem as enxergar. Esse é o caso o ex-presidente da república – agora inelegível até 2030 – Jair Bolsonaro, ao afirmar em um podcast, em agosto de 2022, que “não existe fome pra valer no Brasil”.
Não raro, o ancião da família Bolsonaro é contrariado pelos fatos. A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional traz um outro dado sobre o tema, concluindo, em pesquisas, que apenas 4 em cada 10 casas do país conseguem manter acesso pleno à alimentação, ou seja, menos da metade dos brasileiros.
São esses dados assustadores que configuram o retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU em 2022. Em 2013, ainda no governo de Dilma Rousseff, haviam sido pensados projetos, como o Brasil sem Miséria, para que o país saísse dessa estatística, a qual monitora a segurança alimentar global, e conseguiu.
Como promessa de campanha, o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs o plano “Brasil sem Fome”, no qual, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, planeja-se prevenir que mais pessoas experienciem a dor de não ter o pão na mesa.
Entre as metas do programa estão tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2030 e reduzir a extrema pobreza à 2,5%. É visível que um longo caminho precisa ser percorrido, mas diante de toda a dificuldade dos últimos anos, experienciar a crença de que os próximos anos serão melhores nesse ponto, parece a melhor alternativa aos brasileiros.