Por Gabriela Couto A cada dia que passa, o dizer de Schopenhauer de que a vida é um pêndulo que oscila entre sofrimento e o tédio se faz mais presente. Essa pequena definição para algo tão vasto está em concordância com vários aspectos da minha vida, de maneira que consigo definir exatamente tais estágios.
A solução oferecida é o acompanhamento psicológico, juntamente com as medicações prescritas pelo psiquiatra. Porém, a sensação de cair de um penhasco após uma sessão de terapia é excruciante. Você está mal e conversa com a psicóloga, até sentir que um elefante adulto saiu das suas costas. Depois, por algum motivo de pensamentos auto sabotadores, piora-se de novo, e em algumas situações, até mais profundamente. Assim, sente-se obrigado a comparecer novamente, um looping sem fim.
Quanto aos medicamentos, tomá-los é um constante lembrete de que há algo de errado com você. Se sua resposta é parar de tomá-los por conta própria, os efeitos colaterais são insuportáveis. Enjoos, náuseas que avassalam o corpo, como se os órgãos estivessem dançando tango. Logo, a melhor solução é continuar sendo lembrado.
Sem contar com as diversas falsas esperanças em idas ao psiquiatra. Na sua mente, a melhora é evidente, você está bem. Mas a realidade não é o reflexo dos seus pensamentos (e está bem longe de ser), e as doses aumentam.
Essa lembrança, infelizmente, não vem apenas das pílulas. Pessoas próximas fazem questão de julgar, mesmo sem perceber, reações atípicas às situações que, para elas, não merecem tanta atenção. Repentinas mudanças de humor, dificuldade para respirar, boca seca, perda de interesse na maioria dos assuntos. Todos esses são sintomas clínicos de depressão.
E isso é comum. Sentimentos assim percorrem o trabalho de artistas como Luísa Sonza. Não é do agrado de todos, mas as letras de seu álbum novo, Escândalo Íntimo, lançado nesta semana (29/08), retratam, mesmo de maneira superficial, um vislumbre do que é esse transtorno.
E agora? Qual a saída para tamanho embate? Ainda não há uma saída certeira dessa situação, mas é uma parte da vida que deve ser experienciada da maneira mais segura possível.